O mindfulness e as Soft Skills

O mindfulness e as Soft Skills

Uma das principais habilidades necessárias para o desenvolvimento das soft skills, ou competências socioemocionais é a capacidade de auto-observação, ou seja, perceber mais conscientemente os nossos sentimentos, emoções e ações, que, no geral, ocorrem em um nível subconsciente.

Estas situações subconscientes acontecem a partir de um “piloto automático mental”, que tem uma função inicial muito positiva, voltada para a economia de energia do cérebro, mas, quando mal utilizado, cria diversas dificuldades na vida de qualquer indivíduo.

No caso das soft skills, o “piloto automático mental” dificulta a auto-observação e consequentemente o desenvolvimento de aspectos como o autoconhecimento, o controle emocional, a percepção dos sentimentos alheios, a capacidade de se relacionar e a automotivação, por exemplo.

Sabe quando fazemos algo, dizemos algo, ou não fazemos algo, ou não dizemos algo, e depois ficamos pasmos com isso?

  • “Quando eu percebi já tinha dito aquilo”
  • “Só me dei conta do que estava fazendo bem depois”
  • “Na hora eu deveria ter falado isso, mas não consegui pensar e agir”
  • “O dia passou e não fiz aquilo que prometi fazer”

Nos exemplos acima o “piloto automático mental” estava operando, dificultando o foco mental necessário para uma percepção adequada da situação e para o resultando desejado.

Quando estamos operando no “piloto automático”, normalmente a mente está fixada em um dos seguintes pontos:

  • No futuro, projetando objetivos, ou identificada com medos imaginários que geram ansiedade, desmotivação e insegurança;
  • No passado, preso a lembranças, mágoas, condicionamentos e crenças limitantes, que se formaram em eventos de grande relevância emocional;
  • Fantasiando algo, movido por desejos ou pulsões de diversos tipos.

O único tempo que a mente não está no “piloto automático” é no presente. No aqui e agora, quando é possível que o foco e a auto-observação se estabeleçam. Neste caso, o mindfulness é um treinamento mental que desenvolverá a capacidade de foco e de manter o “estado de presença”, tirando a mente deste “piloto automático mental”.

Um exemplo muito claro para a percepção do contraste entre o “piloto automático mental” e o “estado de presença”, é quando estamos lendo um livro e subitamente percebemo-nos fazendo isso no “automático”, envolvidos com outros pensamentos, precisando voltar algumas linhas para uma leitura mais focada. O foco necessário para a assimilação da leitura, depende da capacidade de estabelecer e manter o “estado de presença”, evitando o “piloto automático” que fará a mente devanear para outros pensamentos (no futuro, no passado ou fantasiando).

Outro exemplo simples é quando estamos dirigindo por um caminho conhecido e chegamos ao destino sem a percepção de todo o percurso percorrido.

Ou seja, além de diversos outros benefícios para a saúde, como a redução do estresse e da ansiedade, a prática do mindfulness desenvolve a habilidade de estabelecer e manter o “estado de presença”, facilitando muito a auto-observação pessoal e consequentemente o desenvolvimento de diversas competências socioemocionais.

Uma tradução livre para o português da palavra mindfulness é “mente plena”, que se trata de um estado de atenção plena no momento presente. O mindfulness se popularizou muito rapidamente entre funcionários de grandes empresas e alguns empresários famosos, dentre eles Steve Jobs (Apple) e Chade-Mang Tan (Google), devido os seus rápidos resultados no controle da ansiedade, do estresse e do desenvolvimento das capacidades mentais.

O método utiliza a base de técnicas meditativas em suas práticas, sem nenhuma relação com tradições religiosas, promovendo notórios benefícios para o praticante, que foram amplamente mensurados em uma pesquisa liderada pela neurocientista do Massachusetts General Hospital e da Harvard Medical School, Dra. Sara Lazar.

Dessa maneira, quando falamos sobre o desenvolvimento das soft skills, a prática do mindfulness é uma das mais modernas e recomendadas, seja qual for a idade ou condição do praticante. Os resultados são rapidamente percebidos, proporcionando uma melhora substancial na auto-observação, na expansão do autoconhecimento, aumento do bem estar e um relevante desenvolvimento pessoal para o praticante.

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